Por que o Queijo do Reino é tão presente na ceia natalina de alguns estados do Nordeste?

O queijo do reino tem uma forte ligação com as tradições nordestinas, especialmente em Alagoas e Pernambuco, durante as festas de fim de ano, devido à influência histórica e cultural que ele carrega. Esse queijo tem suas raízes no período colonial brasileiro, quando produtos portugueses começaram a ser incorporados à culinária local. 

O queijo do reino foi inspirado nos queijos tipo Edam, da Holanda, que chegaram ao Brasil por meio dos portugueses. Ele era considerado um artigo de luxo e status, sendo reservado para ocasiões especiais, como o Natal e o Ano Novo.

Por ser caro e difícil de acessar em tempos antigos, o queijo do reino tornou-se um item associado a celebrações importantes. Por aqui, ele ganhou espaço como um presente tradicional e um ingrediente típico das ceias festivas.

O sabor forte e levemente salgado do queijo combina perfeitamente com pratos típicos nordestinos, como bolos, doces (como goiabada) e até farofas, criando uma experiência gastronômica única.

A tradicional lata vermelha do queijo também tem um charme especial e nostálgico, associando-o às festas e à memória afetiva de muitas famílias.

Foi apenas em 1.850 que o queijo do reino começou a ser produzido em Minas Gerais quando dois técnicos holandeses foram chamados para reproduzir aquele queijo como vinha dos navios.

Por conta da herança desses dois países, Pernambuco consome nada menos do que 80% da produção nacional do Queijo do Reino.

Tanto em Alagoas como em Pernambuco, a tradição se perpetua pela forte conexão cultural da região com a culinária festiva, onde os alimentos carregam histórias e significados que vão além do sabor. Esse costume segue vivo, mantendo a mesa nordestina rica em afeto e sabor durante o fim do ano.